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Núcleo de Peritos e Auditores Econômicos-Financeiros do CoreconPR Completa 20 Anos

by Roberto Cirino
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Entrevista com a Coordenadora Andrea C. Prodohl Kovalczuk

Neste ano de 2025 é um marco significativo para o Núcleo de Peritos e Auditores Econômicos e Financeiros do Conselho Regional de Economia do Paraná, pois completam os 20 anos dedicados à promoção da excelência e da ética na peritagem e auditoria. Desde sua criação, o Núcleo tem se destacado por sua missão de oferecer formação contínua, suporte e atualização aos profissionais da área.

Em uma jornada marcada por desafios e conquistas, o Núcleo tem ampliado sua atuação, adaptando-se às novas demandas do mercado e às inovações tecnológicas que transformam a área. A coordenadora, Andrea C. Prodohl Kovalczuk destaca que o compromisso com os profissionais desta área crescente sempre foi a base do trabalho do Núcleo.

Ao longo dos anos, muitos profissionais se tornaram referência no setor, e a troca de experiências tem sido fundamental para o crescimento coletivo. Para celebrar este momento especial, trazemos uma entrevista especial com a atual coordenadora do Núcleo, que compartilhou sua visão sobre a evolução da profissão, os desafios superados e as perspectivas para o futuro para esta profissão que vem ganhando espaço no mercado.

ENTREVISTA COM ANDREA C. PRODOHL KOVALCZUK 

1 – Como você percebe a evolução da profissão nos últimos 20 anos?

O Economista sempre teve e continuará tendo um papel primordial nas tomadas de decisões, pois é o profissional habilitado para análises dos fatos passados e presentes, fazendo as projeções de viabilidades econômicas tanto na esfera governamental, como também para as empresas e sociedade em geral. Um profissional que deveria ser melhor aproveitado, se assim podemos dizer. Com a diversificação das profissões, principalmente no campo das engenharias, o Economista “raiz” tem sido menos valorizado. Mas isso não significa menor importância no mundo, pensando tanto na Macroeconomia, como na Micro e sempre será requisitado nas tomadas de decisões.

Nossos desafios são constantes e a união dos profissionais através do registro no Conselho de classe e sua efetiva participação são essenciais. Temos registrado algumas demandas de alguns profissionais, mas enquanto não houver maior união, tudo ficam um pouco mais difícil e moroso tendo em vista a força das demais profissões, como advogados e contadores, por exemplo, que são em número muito maior e sendo assim, com maior representatividade, maiores possibilidades de atingir as demandas da classe quando há necessidade de intervenção e apoio no poder legislativo.

2 – Quais mudanças significativas aconteceram na atuação dos peritos e auditores durante esse período?

Houve uma evolução grande, porém mais sentida nos últimos anos, pois com a maior divulgação desse nicho profissional inerente ao Economista e também, depois da instituição do CAJU – Cadastro Único dos Auxiliares da Justiça, o universo dos profissionais interessados em atuarem como Peritos e Auditores aumentaram significativamente. Com isso, a necessidade de cursos e especialização na área.

3 – E quais foram os principais desafios enfrentados pelo Núcleo em seus 20 anos de atuação?

Aqui é importante uma contextualização. O Núcleo de Peritos do CoreconPR foi criado há 20 anos pelos Economistas então conselheiros: Kanytar Aymoré e Silvio Paulo Prodohl, que não estão mais entre nós, a Perita Vanya Marcon e Sergio Hardy.

Porém foi há aproximadamente 29/30 anos que os Economistas se atentaram desse campo profissional que antes estava sendo suprido somente pelos colegas contadores. O primeiro desafio foi a aproximação com a magistratura para mostrar que as perícias técnicas judiciais e extra-judiciais envolvendo conceitos econômicos-financeiros são inerentes aos Economistas. E esse é um desafio que persiste até hoje. Àquela época o Perito do Juízo era de confiança pessoal do Magistrado e havia uma dificuldade natural nessa aproximação. Muitos profissionais como o Kanytar e o Silvio, se estabeleceram mais como Peritos Assistentes Técnicos das partes. Havia uma corrente que dizia que ou bem se atuava como Perito do Juízo ou bem como Perito Assistente Técnico, a fim de se evitar conflitos – hoje em dia, o profissional deve ter consciência e declinar do trabalho caso haja conflito de interesse.

Bem, o Núcleo de Peritos do CoreconPR teve algumas fases de pouco mais ou um pouco menos de atividades e atuação ao longo desse período. O que podemos afirmar é que nos últimos anos os Conselheiros envolvidos têm se empenhado bastante na divulgação para ampliação do interesse nesse campo de atuação, seja através de palestras, cursos, hoje em dia com a facilidade da internet e liberdade geográfica – com lives e rodas de conversa onde se têm escutado as demandas dos profissionais.

Mas podemos afirmar que ainda há muitos desafios a serem conquistados como, principalmente, abrir maiores oportunidades de nomeações através se trabalhos junto aos magistrados e assessores para entenderem que perícias técnicas em nossa área não devem ser chamadas sempre de Perícias “Contábeis”, pois acabam sendo indicados muito mais os colegas contadores em perícias que têm matéria comum, porém muitas vezes até nos processos em que a matéria é inerente aos Economistas.

4 – Que conquistas você destacaria que impactaram o mercado de peritos e auditores?

Com a expansão das demandas judiciais, certamente há um mercado grande para muitos profissionais e com isso, vemos também uma expansão na oferta de cursos de especialização, muito importante para os que pretendem atuar na área. Com a implantação do CAJU, podemos dizer que as nomeações foram “democratizadas”, porém temos percebido e escutado as demandas de nossos colegas economistas através das rodas de conversas que estamos realizando neste ano, tanto em relação a qualidade dos trabalhos periciais, mas principalmente a baixa frequência de nomeações de Economistas em relação aos Contadores, como já citamos. A demanda é grande e enquanto representantes no CoreconPR estamos buscando amenizar essa situação e estamos com perspectivas mais concretas atualmente de efetivamente mudar essa realidade. Mas é um trabalho que exige persistência e dedicação. Há muita burocracia envolvida, e muito diálogo necessário para se atingir os objetivos que sejam interessantes a todos.

5 – Como você vê o futuro do Núcleo e a evolução da profissão nos próximos anos?

Como mencionado, com o trabalho através das trocas de experiências através de lives no formato de roda de conversa que foram e serão realizadas durante o ano, semana de estudos, como aconteceu a I de Recuperação Judicial agora em março, a II Semana de Perícias programada para começo de abril, cursos programados pelo próprio Conselho; aliados aos diálogos e eventual termo de cooperação junto a Corregedoria do TJPR e outros segmentos do judiciário para o afinamento dos interesses das partes na oferta e recebimento dos trabalhos do Perito Judicial economista, posso afirmar que estou bastante otimista que nosso campo profissional será cada vez mais reconhecida e valorizada, por isso estamos sempre preocupados com o aperfeiçoamento de nossos colegas.

6 – Como a atuação do Núcleo impacta a experiência dos profissionais em processos de auditoria?

Assim como o mercado como um todo classifica erroneamente a perícia como perícia contábil (o correto seria perícia técnica, pois dentro desta, há a subdivisão de perícia contábil, econômica, administrativa, médica, etc…), ou seja, assim como há uma classificação equivocada por parte da magistratura no emprego do termo “Perícia”, a sociedade comete o mesmo equívoco quando chama toda auditoria de “auditoria contábil”. Assim como a perícia contábil é apenas uma pequena parte da perícia técnica, a auditoria contábil assim o é também. O termo auditoria é dividido em duas grandes áreas, a auditoria interna e a auditoria externa que podem ser contábeis ou não.

O economista é habilitado e apto a trabalhar em auditorias econômicas e financeiras, na identificação e rastreamento do fluxo financeiro das empresas, auditoria de sistemas e auditoria de gestão entre outras.

O núcleo se preocupa em dar essa visibilidade aos economistas e ao mercado em geral. Além de formar o profissional é necessário que o mercado entenda as diferentes auditorias, a aplicação de cada uma delas e principalmente qual o profissional mais adequado para cada uma das auditorias, à semelhança das perícias.

7 – Que conselho você daria para os novos profissionais que estão começando na área?

Estudar sempre, procurando trabalhar com profissionais que já atuam, seja como Peritos Judiciais ou Peritos Assistentes Técnicos, Auditores ou Consultores Financeiros. A experiência desde cedo, mesmo antes de se formarem é muito importante para então se cadastrarem com Experts do Juízo e auxiliando na produção de provas técnicas nas demandas judiciais.

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