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Transformação Digital da Economia muda comportamento do consumidor e exige que empresas sejam ágeis na inovação

by Roberto Cirino
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É o que apontaram os economistas e especialistas participantes do 6º EPECO, realizado  nos dias 26 e 27 de agosto pelo CoreconPR, em ambiente online.

Os reflexos da transformação digital na economia vão impactar cada vez mais a vida das pessoas. As inovações tecnológicas estão promovendo mudanças no desempenho das indústrias, empresas, no agronegócio e nos demais setores econômicos, proporcionando melhores resultados nos negócios. O 6º Encontro Paranaense de Economistas e Estudantes de Economia (EPECO), que foi realizado nos dias 26 e 27 de agosto, em ambiente virtual, teve como tema “Economia e Transformação Digital”. Durante dois dias aconteceram uma palestra magna e três painéis debatendo este assunto.

A palestra magna abordada pelo economista e palestrante Roberto Antonio Peredo Zurcher, ressaltou que a Covid-19 veio ressaltar a importância da tecnologia digital e com ela, a sua influência na economia e em toda a sociedade. Ele comentou que os países têm que ter suas estratégias digitais, principalmente para recuperarem a sua economia, pois  os que não fizerem a transformação digital do seu dos seus negócios,  ficarão longes dos avanços tecnológicos e do bem-estar social para todos.

E para demonstrar como o uso da internet está crescendo em todo o mundo, ele apresentou dados de que em 2002, eram utilizados apenas 100 gigabytes por segundo, mas que na pandemia o mundo todo já atingiu a marca de 150.700 gigabytes por segundo, número que era previsto somente em 2022, já atingido agora 2021, mostrando que a pandemia acelerou esse processo digital em todo o globo. Ele também comentou que a geografia digital está concentrada em duas grandes potências: os Estados Unidos e China.

As mudanças da economia tradicional para economia digital resultaram ainda em menores custos econômicos, porque a economia digital explora as mudanças nos padrões dos modelos econômicos. “Os custos de busca são menores em ambientes digitais, ampliando o escopo potencial e qualidade da busca. Os produtos digitais podem ser replicados a custo zero, o que significa que muitas vezes não há rivais. O papel da distância geográfica muda, pois o custo de transporte de bens e informações digitais é de aproximadamente zero. As tecnologias digitais facilitam o rastreamento e o comportamento de qualquer indivíduo e por último, a verificação digital pode tornar mais fácil a certificação, a reputação e a confiabilidade de qualquer indivíduo, empresa ou organização na economia digital”.

Zurcher também falou sobre o novo perfil do consumidor, que com ajuda da tecnologia passou a ser ativo e a ter maior poder de decisão, pois buscam produtos conforme seus desejos e que proporcionem experiências com propósito e significado, mudando de marca com mais facilidade, diferente do consumidor antes da era digital. “Ele era passivo e influenciado pela propaganda e marketing, dessa forma absorviam a marca e se vinculavam emocionalmente a ela, tendo fidelidade”. E para finalizar acrescentou que as empresas inteligentes têm que estar sempre reestruturando seus processos para acompanharem essa tendência digital.

No painel “Transformação Digital na Agricultura”, com  o palestrante Fernando Mizote Fifo, foi tratado sobre as inovações no campo, em especial na agricultura, sobre as novas tecnologias utilizadas e o início da automação. Ele demonstrou os benefícios da tecnologia e como com a agricultura digital é possível cruzar informações para melhorar a gestão de manejo da lavoura a favor dos agricultores e para a evolução desse segmento, além de maior qualidade nos produtos e serviços para o setor.

Mizote disse que ainda existem muitos desafios para vender os serviços que a tecnologia digital está oferecendo, mas que quem adota a agricultura digital tem eficiência produtiva, maior lucratividade e economia nos insumos e eficiência ambiental.

No Painel II com tema “Bancos Digitais”, que teve como convidada a palestrante: Jadye Lima foi abordado um pouco da história dos bancos e como eles auxiliaram na viabilização de empréstimos e do empreendedorismo para as pessoas. E, mais recente, a vinda dos bancos digitais, que inovaram o mercado financeiro usando a tecnologia como o principal diferencial em relação às empresas tradicionais do setor, trazendo benefícios como tarifas baixas ou inexistentes, com a desburocratização e agilidade, com maior transparência e controle, maiores possibilidades de aplicação, cartões de crédito digital e transações instantâneas.

Jadye também destacou que a pandemia acelerou processos do setor, pois de acordo com o Banco Central, em 2020, foram mais de 14 milhões de pessoas  “bancarizadas”, cerca de 2 vezes mais do que no ano anterior. E que o auxílio emergencial foi o protagonista para essa condição, além ainda, de adotarem mais a mobile banking e internet banking. Ela finalizou comentando a importância de todas as empresas estarem atentas às mudanças para inovarem também, acompanhando essa tendência mundial.

No último Painel III e último do evento, o tema foi “Transformação Digital nos pequenos negócios” com o palestrante e economista Carlos Magno Andrioli Bittencourt, ex-presidente do CoreconPR. Ele comentou que todos envolvidos com o varejo achavam que estavam prontos para o digital, mas a pandemia veio para mostrar que não estavam, mas mesmo assim as pequenas e médias empresas têm buscado se inovar para se manterem no mercado. Elas foram responsáveis por 2.094,812 novas admissões no Brasil, dado que representa 71,8% dos postos de trabalho criados entre julho de 2020 e junho de 2021, gerando empregos em meio à crise. Segundo dados apresentados pelo economista, em 2020, 7,3 milhões de brasileiros fizeram sua primeira compra na internet e foi entre março e maio de 2020, que o e-commerce brasileiro avançou 10 anos. Nos Estados Unidos o e-commerce era de 15% e foi para 35%, em 3 meses de pandemia.

Bittencourt ressalta ainda que o varejo integrado é o desaparecimento da fronteira entre online e offline e que a transformação digital veio para ficar, e se as empresas não a adotarem, vão acabar ficando para trás, pois o concorrente vai  inovar. Ele finalizou com o recado de que o novo alfabeto não será mais aquele que não sabe ler ou escrever, mas aquele que não é capaz de aprender e desaprender.

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