O evento promovido pelo CoreconPR teve como tema principal “O papel do Estado no Desenvolvimento Regional” e contou com aproximadamente 200 inscritos.
Com aproximadamente 200 inscritos entre palestrantes, economistas e estudantes aconteceu a 24ª edição do Encontro de Economistas da Região Sul (ENESUL), promovido pelo Conselho Regional de Economia do Paraná (CoreconPR). O evento que teve como tema principal “O papel do Estado no Desenvolvimento Regional” foi realizado de forma inédita em plataforma on-line. Economistas de referência nacional e regional estiveram na última quinta (27) e sexta (28) debatendo temas atuais da política econômica. A solenidade de abertura do ENESUL contou com os economistas presidentes regionais, Carlos Magno Andrioli Bittencourt, presidente do CoreconPR, José Júnior de Oliveira, presidente do CoreconRS e Ivoneti Ramos, presidente do CoreconSC.
No primeiro dia ocorreu a palestra magna com o tema central do evento realizada pelo presidente do Conselho Federal de Economia (Cofecon), o economista Antonio Corrêa de Lacerda. Segundo ele, as políticas públicas têm um papel fundamental para o desenvolvimento regional no Brasil, pois dentro delas a existência de atividades inerentes ao poder público reforça a necessidade da presença do Estado em todos os setores da sociedade civil. Para Lacerda torna-se necessária coesão entre as políticas macroeconômicas com as políticas sociais para que esta união fortaleça e intensifique o crescimento social, gerando qualidade de vida para a população brasileira. De acordo com o presidente do Cofecon, o Brasil é o país mais desigual do mundo e a eficácia destas políticas públicas aliada à qualidade dos serviços oferecidos, deve estar sempre à disposição da sociedade para o desenvolvimento pessoal e regional nas comunidades.
Mais um fator complicador diante deste ano em que estamos passando foi e está sendo a pandemia do novo coronavírus. Contudo, não é de agora, segundo Lacerda, que a situação vem em um rápido processo de degeneração. Dados apontam que mesmo antes da Covid-19, cerca de 26 milhões de pessoas já estavam fora do mercado de trabalho. Agora com pandemia, este número já saltou para algo em torno de 40 milhões de brasileiros, reforçando mais uma vez a aplicação urgente de políticas sociais adequadas a este movimento vivido não só no Brasil, mas em todo o mundo. Como exemplo, de programa social bem sucedido, Lacerda relata o Bolsa Família. Amplamente criticado no início, o programa auxilia até hoje as pessoas a se recolocarem no mercado de trabalho as ajudando no processo de vivência cotidiana em todas as regiões do país.
Concluindo a palestra magna, o presidente do Cofecon, reforça que os ajustes fiscais como estão sendo feitos, não irão auxiliar as pessoas, pois é preciso, segundo ele, incluí-las dentro deste processo econômico, o que não está sendo feito. A Reforma Tributária discutida, também não irá contornar estes problemas, visto a grande concentração de impostos sobre os produtos. Segundo Lacerda, um dos grandes profissionais que anos atrás já pensava nestas implicações, foi o economista Celso Furtado, que em 2020 completaria 100 anos de nascimento. Lacerda indica a obra “Celso Furtado: os combates de um economista” como base de inserção de todos os setores da sociedade nas políticas econômicas e sociais para o melhor desenvolvimento da população de maneira justa e igualitária seja em ambiente regional, ou nacional.
Painéis
No primeiro dia, quinta-feira, 27, deu-se início ao Painel I sob o tema: Monitoramento e Avaliação de Políticas Públicas e Programas Sociais, que contou com a moderação da economista Mirian Beatriz Schneider e contribuição dos três palestrantes e economistas, Augusta Pelinski Raiher, Felipe Garcia Ribeiro e Marcos Vinicio Wink Junior que expuseram didaticamente diversos dados e informações sobre o andamento de inúmeras políticas públicas no contexto regional e nacional. O primeiro dia de evento foi encerrado com a palestra magna proferida pelo presidente do Conselho Federal de Economia (Cofecon) Antonio Corrêa de Lacerda.
Já a sexta-feira, 28 de agosto, foi marcada por dois painéis que também visaram discutir assuntos pertinentes ao momento que vivemos. O Painel II teve como tema: A importância do Desenvolvimento Regional na superação das Desigualdades, e com a moderação do economista Luís Alberto Ferreira Garcia, os economistas Jandir Ferrera de Lima, Izete Pengo Bagolin e Eduardo Alexandre Corrêa de Machado tiveram a oportunidade de fazer suas apresentações. Em seguida, no Painel III sob o tema “Os municípios como protagonistas do Desenvolvimento Regional”, a economista Cíntia Rubim de Souza Netto mediou os últimos três economistas palestrantes, Mário Jaime Gomes de Lima, Waldemar Bornhausen Neto e por fim José Guilherme Silva Vieira.
Ao final das exposições o presidente do CoreconPR, Carlos Magno Bittencourt, deu por encerrado a 24ª edição do ENESUL saudando e parabenizando todos os participantes, palestrantes, moderadores e a equipe organizadora pelo sucesso do evento em sua primeira versão completamente on-line.